Amazônia – Se o avanço da
fronteira agrícola e da indústria madeireira for mantido nos níveis atuais, a
cobertura florestal poderá diminuir dos atuais 5,3 milhões de km2 (85% da área
original) para 3,2 milhões de km2 em 2050 (53% da cobertura
original). O aquecimento global vai aumentar as temperaturas na região
amazônica, e pode deixar o clima mais seco, provocando a savanização da
floresta. O aquecimento observado pode chegar até 8ºC no cenário pessimista A2.
Os níveis dos rios podem ter quedas importantes e a secura do ar pode aumentar
o risco de incêndios florestais.
Semi-árido – As temperaturas
podem aumentar de 2ºC a 5ºC no Nordeste até o final do século XXI. A Caatinga
será substituída por uma vegetação mais árida. O desmatamento da Amazônia pode
deixar o semi-árido mais seco. Com o aquecimento a evaporação aumenta e a
disponibilidade hídrica diminui. O clima mais quente e seco poderia levar a
população a migrar para as grandes cidades da região ou para outras regiões,
gerando ondas de “refugiados ambientais”.
Zona Costeira – O aumento do
nível do mar vai trazer grandes prejuízos ao litoral. Construções à beira-mar
poderão desaparecer, portos poderão ser destruídos e populações teriam que ser
remanejadas. Sistemas precários de esgoto entrarão em colapso. Novos furacões
poderão atingir a costa do Brasil.
Sudeste e bacia do Prata – Ainda
que a chuva tendesse a aumentar no futuro, as elevadas temperaturas do ar
simuladas pelos modelos poderiam, de alguma forma, comprometer a
disponibilidade de água para agricultura, consumo ou geração de energia devido
a um acréscimo previsto na evaporação ou evapotranspiração. A extensão de uma
estação seca em algumas regiões do Brasil poderia afetar o balanço hidrológico
regional, e assim comprometer atividades humanas, ainda que haja alguma
previsão de aumento de chuva no futuro.
Região Sul – A produção de grãos
poderá ficar inviabilizada na região Sul do Brasil com o aumento da
temperatura, secas mais freqüentes e chuvas restritas a eventos extremos de
curta duração. As chuvas cada vez mais intensas poderiam castigar as cidades,
com grande impacto social nos bairros mais pobres. Ventos intensos de curta
duração poderiam também afetar o litoral. Com temperaturas mais altas e
extremas em curto espaço, mais doenças seriam registradas.
Agricultura – Culturas perenes,
como a laranja, tendem a procurar regiões com temperaturas máximas mais amenas
e a produção poderá se deslocar para o Sul. Elevadas temperaturas de verão vão
condicionar o deslocamento das culturas como arroz, feijão, soja para a região
Centro-Oeste, promovendo a mudança do atual eixo de produção.
Recursos hídricos – A redução de
chuvas e a diminuição da vazão nos rios vão limitar os esgotos e o transporte fluvial.
Poderá haver transbordamento de estações de tratamento e de sistemas de
sanitário. A geração de energia ficará comprometida com a falta de chuvas e
altas taxas de evaporação devido ao aquecimento, em algumas regiões.
Grandes cidades – Regiões metropolitanas
ainda mais quentes, com mais inundações, enchentes e desmoronamentos em áreas
principalmente nas encostas de morro.
Saúde – Os casos de doenças
infecciosas transmissíveis poderão aumentar. A dengue pode se alastrar pelo
País. A proliferação tende a aumentar nas áreas urbanas.
FONTE: MMA
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