A Agência Nacional de Assistência
Técnica e Extensão Rural (Anater) deve contar com 130 funcionários e orçamento
estimado para 2014 em R$ 1,3 bilhão, destinado principalmente à contratação de
serviços. As áreas prioritárias serão a cadeia produtiva do leite, considerada
um potencial pouco explorado, a produção na região do semiárido, com
tecnologias de convivência com a seca, e a agricultura orgânica e de baixo
carbono.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, disse que a Anater
será um serviço social autônomo, de direito privado e sem fins lucrativos, a
exemplo da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos e da Agência de
Desenvolvimento Industrial. O Poder Executivo definirá as atividades por meio
de contrato de gestão. A Anater poderá ter estatuto próprio de licitações,
contratos e convênios. Deverá contratar prestadores de assistência técnica e de
auditagem dos serviços.
A presidenta Dilma Rousseff disse que a nova agência dará braços e
pernas às tecnologias desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) para aumentar a produtividade. “[A Anater] É um órgão de
difusão de tecnologia, concentrado, sobretudo, nos pequenos e nos médios
[produtores], porque nós mudamos o patamar. Com tecnologia, se produz, na mesma
área, mais e melhor, diminui-se os custos da produção, se adapta e respeita o
meio ambiente onde você está”.
O projeto de lei que criará a Anater foi assinado pela presidenta
durante o anúncio do Plano Safra da Agricultura Familiar 2013/2014 e será
encaminhado ao Congresso Nacional em regime de urgência. A presidenta Dilma
ressaltou que a relação Embrapa-Anater terá mão dupla, na medida em que os
prestadores de serviço de assistência técnica e extensão rural levarão os
conhecimentos específicos até os produtores rurais, mas também retornarão com
demandas destes agricultores à Embrapa.
Segundo o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, a empresa terá papel
importante de trazer outros atores para o processo de assistência técnica, como
institutos federais de pesquisa e empresas privadas, e desenvolver novos
métodos de transferência tecnológica, além de capacitar profissionais
multiplicadores de conhecimento.
“O Brasil tem um grande acervo de conhecimentos prontos para serem
levados ao campo: automação, agricultura de precisão, agregar valor à sua
produção para que os produtores alcancem mercados cada vez mais rentáveis”. De
acordo com Lopes, a capacidade instalada da Embrapa permitirá a capacitação,
entre agosto e dezembro, de 4.430 profissionais.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
(Contag), Alberto Broch, disse que os agricultores familiares querem discutir
com a Embrapa os conhecimentos que serão repassados pela Anater. “Para que não
nos coloquem qualquer tecnologia, respeitando as diversidades regionais. Se a
agência funcionar como foi dito, vamos dobrar a produção da agricultura
familiar e incorporar produtores que não estão produzindo”, disse.
Fonte: Agência Brasil
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